domingo, 14 de junho de 2015

Paradigmas Educacionais: Loucura


"Não há maior sinal de loucura do que fazer uma coisa repetidamente e esperar a cada vez um resultado diferente."         
Albert Einstein

Analisar as pessoas, sua forma de viver, de pensar, de ensinar, de acreditar, em pleno século XXI, pode ser um trabalho árduo, que leva tempo. Tendo em vista as diferentes formas de aprendizado e a diversidade da população, como podemos alcançar a todos com apenas um método de ensino? E se mudarmos um sistema, estamos sendo educadores loucos?  Para Foucault, “A loucura, portanto, é negatividade”, “A loucura tem sintomas variados ao infinito. Em sua composição entra tudo o que foi visto e ouvido, tudo o que foi pensado e meditado. Ela aproxima aquilo que parece mais afastado. Lembra aquilo que parece ter sido completamente esquecido. As antigas imagens revivem; as aversões que se acreditavam extintas renascem; as inclinações tornam-se mais acentuadas; mas tudo, então, fica desorganizado. As idéias, em sua confusão, parecem-se com os caracteres de uma tipografia reunidos sem propósito estabelecido e sem inteligência. O que resultaria daí não teria um sentido coerentes”.

Desorganização.  Conforme Foucault,  ideias desorganizadas, sem coerência, inclinações acentuadas. Palavras que nos ajudam a estabelecer um conceito de loucura. Contraponto a isso,  vivenciamos realidades em nosso dia-a-dia que, aos olhares externos, não seriam compreendidas, mas, julgadas. Julgadas como uma sociedade sem futuro, sem solução. Como se o apostar em uma geração, fosse algo impossível. O acreditar na educação e no trabalho de nossos mestres não pudesse ser compreendido e respeitado. E, o simples ato de mudar, fosse uma revolução, uma loucura.

Sabemos que, em determinados pontos, nosso país está decaindo gradativamente. A educação é uma delas. De modo que, uma avalanche de impedimentos viesse contra nossas escolas e a educação necessitasse remar contra ela.  Como fazer a fim de não cair? Para o pensador Hernández, tudo pode ser ensinado por meio de projetos. Esses, ajudam a desenvolver o olhar crítico do aluno.  Porém, os ambientes educacionais trabalham em conjunto com as famílias e, muitas vezes, esses métodos didáticos não são bem aceitos por elas.  Os educadores são taxados como loucos, profissionais que não sabem ensinar e, simplesmente, “matam” aulas.  O cunho pedagógico não é visto. Todavia, se um sistema está quebrado, por que não mudar? Se o mundo mudou, a tecnologia mudou, por que é preciso ter folhas e mais folhas escritas nos cadernos de nossas crianças com a intenção de mostrar que elas estão aprendendo? Antíteses. As diversas formas de escrita, trabalhadas cotidianamente, são despercebidas, pois, o mais importante, o que realmente é relevante, obrigatoriamente, deve estar marcado nas folhas brancas com grafites cinzentos de seus cadernos.  O incentivo é pisoteado e as rosas, gradativamente, murcham. Mediadores frustrados, estudantes entediados e um Brasil parado. Retrocedendo a um regime opressor.

Portanto, ser comparado com pessoas insanas, sem coerência de ideias, não deve ser tão ruim quanto à frustração posterior de não poder desenvolver seu trabalho. Somos um país rico, que tem tudo para tornar-se uma potencia. Deixemos esse retrocesso de lado e aceitemos as diferentes formas de aprendizagem.  Podemos, sim, contemplar todas as habilidades de nossos alunos, basta um olhar de confiança e incentivo. Não só o incentivo de palavras, mas de verbas. Verbas essas que possibilitem boas salas de aula e materiais pedagógicos. Com o propósito de que tenhamos uma sociedade a se orgulhar, com futuro e desenvolvimento em diversas áreas, não só a da Educação.

2 comentários:

  1. Esse post me faz lembrar também um provérbio chinês: "Se não mudar a direção terminará exatamente onde partiu".
    "O tempo muda o tempo todo no mundo...♪♫" e porque não a gente? Estamos hoje tão presos a velhos paradigmas que não avançamos!
    Já que o foco principal é a educação aqui, tenho que dizer que os melhores professores e mestres que já tive o prazer de conviver foram aqueles que se reinventaram e entenderam que o seu objetivo era ensinar e não cumprir um conteúdo programático apenas, mas infelizmente ainda são a minoria.
    E para inovar, não adianta, precisa-se ter coragem de quebrar paradigmas e, principalmente, amar o que se faz!
    Quem sabe um dia não teremos mais apaixonados pelo que fazem e uma revolução cultural? Utopia será? Talvez não, mas até lá vamos ter que ir remando contra a maré.

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  2. Acho que tu devia escrever em um blog também! hahaha Tu leva jeito com textos e frases impactantes! hahaha
    Quem sabe sim, teremos incentivo de ambas as áreas: escolar e familiar. (oremos!) hihi
    Quanto a frase, me lembra muito esta que postei do Einstein. Na realidade, não conhecia, mas gostei muito haha :)
    Grande beijo

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