domingo, 17 de setembro de 2017

Relatos de um final de semana na Serra!

Há exatamente uma semana atrás,  eu viajava para o melhor lugar do mundo. Quem acompanha o blog,  sabe o amor que tenho por minhas origens e tudo que envolve a minha infância...  Acredito que um pouco disso,  seja pela saudade do que já passou,  ou o carinho que sinto ao rememorar tanto momento bom que a vida me proporciona...  Enfim, sábado passado retornei aos meus pampas preferidos!

Chegando em Antônio Prado visitei a minha tia Helena. Mulher de nome forte, corpo forte e coração molinho, molinho... Ela,  como sempre,  nos recebeu na sacada,  gritando palavras em italiano e dizendo o quanto estava com saudade. Típica gringa 'espalhafatosa'!  Não trago essa constatação como algo negativo, não,  não...  Eu AMO isso nela! Sempre disse que,  quando eu tiver meus filhos,  se for menina,  se chamará Helena. Pois acredito que devemos dar significado as coisas e com o nome não pode ser diferente. Se minha Helena tiver as características dessa gringa de Antônio Prado, me dou como contente! Depois de muitos beijos e abraços, fui ao encontro do meu tio Félix e meu primo Diego. Tive que subir um extenso parreiral até encontrá-los.   Com chapéu de palha na cabeça e mãos firmes amarrando os brotos das videiras,  eles me receberam...  Meio envergonhados,  como normalmente são,  conversaram comigo e explicaram o que estavam fazendo. Perguntei sobre a falta de frio e o quanto isso afetava nas mudas novas que estavam vindo. Eles disseram que precisavam de mais chuva e que a geada,  nesse momento,  queimaria a plantação. Porém,  na época certa,  o frio favorece,  pois as uvas ficam mais doces...   Os dois questionaram sobre a minha vida e trabalho...  Se assustaram com a quantidade de picada de mosquito em mim e se impressionaram ao ver o quanto os 'borrachudos' me adoram!! Ehehe 
Me despedi deles e agradeci a companhia... De qualquer forma,  não queria atrapalhá-los nesse trabalho que duraria mais dois dias.  Retornando,  minha tia,  animada,  mostrou - me  suas galinhas e outros animais. Orgulhosa, fez questão que eu fotografasse um bovino gordo que estava no coxo. Depois,  vi os carneirinhos pastando campo a fora,  tranquilos e saudáveis...  A visita precisou ser rápida,  porque precisávamos nos dirigir a casa da minha avó Emília. Nos despedidos e partimos.

Grande parte do caminho é estrada de chão e muita poeira passou até que nos aproximássemos daquele humilde local,  colecionador de preciosas memórias. Senti falta da Dona Emília na sacada, como fazia de costume,  porém,  ela nos relatou que não ouviu o carro se aproximar.  Doeu ver a idade chegando também à ela.  No entanto,  isso não foi motivo de tristeza..  Amassamos e apertamos essa nona goxxtosa que só enche nosso coração de fofurice!  

Entregamos a ela uma cesta de alimentos fitness,  pois queremos Dona Emília na 'estica'. Também,  presenteamos-na com uma caixa de lápis de cor e outra de giz de cera. A felicidade dela foi ver as cores lilás e rosa,  que não faziam mais parte de sua coleção. Outra realização se deu no momento que ela descobriu que giz de cera não precisa fazer a ponta,  como mesmo disse. Não conseguimos (eu e a minha mãe) controlar essas teimosas lágrimas que insistem em cair quando tocado nosso coração. Ela mexe com a gente. 

Almoçamos sopa de agnoline (capelete) e,  durante a tarde,  enquanto vovó dormia, aproveitei para curtir o 'quintal'. O vasto terreno da Vó compete muitas plantações de árvores frutíferas,  parreiras e riachos... Rapidamente coloquei um lençol em baixo do braço,  um livro na mão e subi morro a cima. Instalei-me em frente a um riacho,  estendi o lençol e apreciei o íntimo lugar. Descrevo como íntimo,  pois cresci brincando ali. Lembro de uma vez em que estava com minha prima Mila. Era um dia quente de  verão e decidimos molhar nossos pés...  Foi colocarmos eles na água,  que sangue sugas grudaram nossos pés. Gritei como se estivéssemos sendo assaltadas!  Enquanto a Mila nos 'salvava',  retirando os bichos.  Rimos bastante disso depois...  Naquele lugar pude recordar,  sentir a brisa leve,  cantar,  imaginar,  refletir e sonhar... 

O que não fiz foi ler!  KKK Onde estava,  podia ver meu primo Rafa correr atrás de uma galinha que havia fugido e trazê-la todo orgulhoso,  mostrando que tinha conseguido pegá-la. Ouvi histórias do Rafa sobre o elevado custo que um cavalo dá mensalmente e a dedicação que precisa ter com esse tipo de animal. Lá na vó amamos bichos!  Meu primo tinha um cavalo chamado "Moro" Pude cavalgar nele durante um tempo. Até que seu filho,  João Lucas nascesse e ele,  relutante ,  tivesse que vendê-lo. Claro,  sabemos que nenês precisam de toda a nossa atenção. Também compreendemos que uma pessoa a mais mexe com o custo de vida de uma família. Enfim,  ainda temos vacas no pátio  que,  agora, pertence aos dez filhos da Vó Emília. O sábado foi chegando ao fim e com ele,  a fome dando boas vindas! Jantamos muito peixe frito,  salada,  pão e iguarias locais!  Recebemos minha tia e seu namorado. Pude matar a saudade da minha índia preferida, a Mila. Minha quase irmã e eterna confidente. Conversamos bastante e,  ao final da noite, ela precisou ir para casa e eu dormir,  pois o domingo seria cheio.





Acordamos às sete da manhã. Tomamos café e nos despedimos da pessoa excepcional que posso chamar de vó Emília. Agradecemos a acolhida e partimos para Caxias do Sul!  Isso já era umas oito da manhã. Chegamos às  nove e meia!  Minha "noneta" de noventa anos estava ansiosa!  Essa vó,  por parte de pai,  tem o melhor perfume do universo!  Duvido conhecer alguma senhora mais vaidosa que ela!  Abracei-a e ouvi sua risada estrondosa!  Questionei seu rosto,  perguntando se ela havia passado maquiagem... Adivinha a resposta: eu sim!  Kkk Linda da minha vida!  Pronta para o almoço em família!  Esse se deu em uma festa de paróquia dedicada à Nossa Senhora do bom parto. 


















Participamos da missa e ficamos para o churrasco. Devo enaltecer o quanto deliciosa estava a comida! Maravilhosa!   Conseguimos rir e curtir os familiares esse dia. Enquanto isso, via a minha vó ,  vidrada nos números do sorteio,  com medo de ganhar algo e não perceber. Noventa anos,  mas cabeça de vinte!  Hehe Amorosa e feliz,  minha avó Jenny falou que a maior felicidade dela era ver toda a sua família unida. Não podíamos fazer diferente,  Dona Jenny!  Ao término, tiramos a clássica foto de família e nos despedimos. Saímos contentes e com o coração carregado de coisas boas,  vividas nesses adorados dois dias...  Entramos no carro e nos dirigimos para casa. 





Resumidamente,  tentei externar um pouco do que foi esse tempo dedicado às melhores pessoas que eu poderia ter. Dizer que na vida,  o que fica são os momentos que passamos com quem amamos. Cada vez mais aprendo o quão valiosa são as pequenas coisas... Obrigada, Antônio Prado, Ipê,  Caxias...  Obrigada Dona Helena, vó Emília e vó Jenny,  por me proporcionarem preciosas lembranças!  Obrigada vida,  por me fazer viver e reviver sempre mais,  aquilo que me faz bem. Obrigada.













    (PÉ NA ESTRADA À NH-RS)                                                           (ANTÔNIO PRADO-RS)                                                                                                                                                                                           
                                                  (IPÊ- RS) 

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Depoimento a uma GRANDE mulher

A menos de um ano eu conheci uma mulher...
Uma mulher que perdeu sua mãe, tragicamente, aos 17 anos...
Uma mulher que criou seus irmãos sem reclamar de nada...
Uma mulher que se “desacomodou” e mudou-se de estado...
Uma mulher que constituiu uma linda família, casou-se, distanciou-se do que não a fazia bem e seguiu em frente...
Uma mulher que jamais deixou-se abater pelos deslizes que a vida dá...
Uma mulher forte, que orgulha-se do que é...
Uma mulher que, sozinha, alimentou, criou e deu educação aos seus  quatro filhos ...
Uma mulher capaz de encantar-se com tão pouco e aproveitar as humildes coisas da vida...
Uma mulher que, calorosamente, fala de seus netos e netas... 
Uma mulher que, da costura, descobriu-se professora! E que maravilhosa professora...
Uma mulher que além de filhos, netos e netas, ganhou ainda  pequenas crianças para chamar de suas durante a intensa semana.. 
Mulher que acorda cedo, encara os desafios, segue em frente e dá show em muita “guriazinha” por aí... 
Uma mulher cheia ... Sabe aquelas pessoas cheias? Pois é, é ela..  Cheia de amor, carinho, dedicação, cuidado... 
Uma mulher que sabe ensinar e aprender.. 
Que não precisa de muitas palavras, basta ser ela... 
Uma mulher que mostrou para que veio ! 
Uma mulher que tem um futuro lindo pela frente e ela sabe disso... 
Uma mulher que encontra, reservado dentro de seu coração , uma garra que  transcende a si mesma... 
Uma linda mulher, de cabelos pretos e franja no rosto.. 
Uma mulher que inicia o dia de batom vermelho na boca e um sorriso de cada lado no rosto...
Uma admirável mãe, vó, amiga, colega e profissional... 
Parabéns, grande mulher, tu ajudastes a me tornar um pouco melhor nesse escasso tempo que estivemos juntas... Acredito que essa mãe de todos, também é um pouco minha. 
Um abraço bem apertado em ti, mulher, que inspira tantos outros privilegiados em te conhecer.